Minha Janela
Poesias
Ateu Poeta/ Amadeu Nuvem/ Aroldo Historiador
1
MINHA JANELA
Quero a imagem à margem do meu ser
O frio da minha janela expulsa as quimeras do mundo
Esse verde sopro de vida desafoga o torpor
Ao topo do esplendor em prazer profundo
Como é linda a minha serra!
Terra da qual sinto saudade
Só em casa sigo em paz
Até as estrelas soam diferente no meu céu
A lua canta em seu altar sem coronel
Liberdade é poder ficar
O resto é insanidade
Sede a saciar
Pra que me preocupar com repentinos cartéis
E concatenações de dicotomias cruéis?
Ateu Poeta
26/08/2014
2

AFORISMO DE CERVANTES
Trânsito na cidade...
Onde transita a felicidade?
Aonde andará o meu amor
Que aqui no peito não habita?
Nem sei mais se era bonita
Ou se a solidão distorcia
Tudo que via e senti
Aferi que era sincero
Será que até eu menti para mim?
E se não era tão austero assim?
Porque às vezes a mente se confunde
E se ilude até o fundo do abismo
Será a vida um aforismo de Cervantes
Ou os moinhos fruto do ostracismo?
Ateu Poeta
20/06/2014
3

POETOGRAFIA
Minha pluma é poetográfica
Mais que o bailado de Luma
Arisca grapiúna num céu de condor
Suas dores são amores
Suas lágrimas, louvor
Bálsamo íntimo de simbolismo
Lirismo da angústia
Da esgrima e sangue saem as letras
Que aliteram minha vida
No violão ou ar da serra
Mar, aurora e luar
No canto da primadona
Tece a vida salutar
Do lobo no seio do horizonte
Ateu Poeta
21/06/2014
4
PRAZER E DELÍRIO
Mirantes de desejo e frenesi
Cada curva esconde
Prazer e delírio
Prazer e delírio
Esse corpo é formosura em si
Lábios de carmim e fissuras
Misturam-se em teu camarim
Que visito em sonhos
De risonhos rouxinóis e tamborins
Teu requebrado febril
Torce o pescoço da avenida
Bandolins aos bandos pelo Brasil
A música em teu seio é vida
Os lírios da praça
Transformam-se em jasmim
Ateu Poeta
20/06/2014
5

O QUE É POESIA?
O que é poesia?
Verve que vive na veia
Ave que vem no rabo da sereia
É condor e gaivota
Maiêutica diáfana
Que agiota não vê
Coruja a caçar
Rapinando a sinfonia
Harmonia no bailar da anestesia
Antítese, artimanha, sinestesia
Os olhos de mar daquela guria
Na aquarela do sonhar
Voar de pé no chão
Porque nenhuma agaiola prende a aliteração
Ateu Poeta
18/06/2014
6
EU ODEIO INGLÊS
Não sei vocês, mas eu odeio Inglês
E até mesmo essa obrigação
Os sábios não eram poliglotas
Qual o problema do meu Português?
As lorotas surgem em gringuês
Até novas crises de lajotas
Janotas, névoas de pomponês
Outros eufemismos de Varjota
Agradam-me algumas canções
Na língua do Poeta Imortal
Mas, suplantar o meu idioma
É um axioma mais do que brutal
Não sei vocês, mas eu odeio Inglês
Não sei vocês, mas eu odeio Inglês
Ateu Poeta
29/12/2014
7
O AVIÃO DOS IDIOTAS
Perto do louco
O doido é são
Como um idiota
Querendo dar extrema-unção
Em um ateu
Dentro de um avião
Seria a estupidez suprema
Uma conversão no céu
Se lá é o quartel
Para onde os tolos querem voltar
Os sábios sabem o simples
Sempre estivemos lá
Quando acolá é aqui
Pra que irei andar
27/12/2014
8
EMBOLADA DO ARIGÓ
O deputado se faz de coitado
Ficou muito danada
Foi parar no xilindró
Pouco depois foi liberado
Pois tem bom advogado
Que em toda lei dá nó
Mas vá você que já tá lascado
Fazer algo errado
Lá nos cafundó
Pra ver se não vai engaiolado
Ver o sol quadrado
Até doer o mocotó
Você trabalha o ano inteiro
Mas, não tem dinheiro
Para comprar um paletó
Vende o voto para ver se a coisa engrena
Mas, daí, vira gangrena
O que veio vira pó
Todo dia olha para o céu
Reza à espera de um milagre
Mas, o padre manda derramar o seu suor
E ainda cobra por isso, sem compromisso
Deixa você liso
E com a cara de bocó
Você vive assombrado com feitiço
Mas, não larga o seu vício
Para poder passar melhor
O que faz a carne ficar fraca
Surge feito coisa ingrata
Fará você ficar pior
Superstição só lhe torna adestrado
Pobre, lerdo e abestado
Com medo de ficar só
Sonha tanto em mudar o mundo
Que sempre foi moribundo
Com cara de jiló
Mas, ninguém pode por nos dedos
Os segredos de Saturno
De uma só vez
Muito menos dominar os seus anéis
Domar cartéis e quartéis
Sai pra lá, seu arigó!
Ateu Poeta
19/12/2014
9
UM MINUTO
A vida não é mais
Que um minuto na sinapse
Síntese, sinopse, sintagma do caos
Magma diagonal no cais
Eflúvio da ânfora lateral
Caverna digital
Suborno soturno eleitoral
Corvo em voo noturno
Euforia de condor
Trovador no dilúvio
Regaço na ribalta
Aquela estrela alta irá cair
No seio do furacão
A radiação explodirá o olho do Sol
Ateu Poeta
15/12/2014
A vida não é mais
Que um minuto na sinapse
Síntese, sinopse, sintagma do caos
Magma diagonal no cais
Eflúvio da ânfora lateral
Caverna digital
Suborno soturno eleitoral
Corvo em voo noturno
Euforia de condor
Trovador no dilúvio
Regaço na ribalta
Aquela estrela alta irá cair
No seio do furacão
A radiação explodirá o olho do Sol
Ateu Poeta
15/12/2014
10
LÍBERA ADICÇÃO
O lucro está acima da razão
Prazer e satisfação
Suplantam a saúde
Há sempre uma nova latitude
Supernova de transeuntes
Mentes em plena expansão
Universo em verso uníssono
Superlativo da contradição
Liberdade cativa
A adicção deturpa
Destrói por corrosão
Deixa turva a visão
Que adianta a queixa
Sem a gueixa da disposição?
Ateu Poeta
15/12/2014
O lucro está acima da razão
Prazer e satisfação
Suplantam a saúde
Há sempre uma nova latitude
Supernova de transeuntes
Mentes em plena expansão
Universo em verso uníssono
Superlativo da contradição
Liberdade cativa
A adicção deturpa
Destrói por corrosão
Deixa turva a visão
Que adianta a queixa
Sem a gueixa da disposição?
Ateu Poeta
15/12/2014
11
CURTA METRAGEM
A flor do teu sorriso
Aflora em meu coração
É a fuga que eu preciso
Até a próxima estação
O teu corpo faz meus passos
Perderem todo o sentido
No fervor e libido
De um intenso abraço
Esqueço que a morte é breu
Que nos espera no fim
A vida é áspera e ávida
Curta metragem em cartaz
Quem será que dá as cartas?
E quando a manga não tem ás?
Ateu Poeta
15/12/2014
12
PÓ DE DIAMANTE
A saudade surge assim
Com uma pressão constante
Que estraçalha diamante
Até reduzi-lo a pó
Furacão frio e voraz
Sua velocidade feroz
Fere a fera mais atroz
Cada ato atado a nós
Impossível desamarrar
Que será de mim, poesia?
Ainda bem que estás aqui
Para minha dor derramar
Semeando esta folha em branco
Que em teu canto já foi mar
Ateu Poeta
07/12/2014
13
A SAUDADE MATA
Teu sorriso de aquarela
Sempre impera em meu olhar
Acalma todas as quimeras
Do meu coração
A verdade é que a saudade
Mata mais que a solidão
Corrói o juízo
Altera o mundo
Alitera a fundo o fio da razão
Quem diria que toda a solidez
Um dia veio do fluido em acidez
Do gás, do átomo da matéria?
Mas, isso não interessa a nenhuma artéria
Minha mente tem pressa
Ateu Poeta
06/12/2014
14
ÂNFORA DE BLUES
Não tenha medo de ser feliz
Hoje o mundo está por um triz
Amanhã já será tarde demais
Um mortal na ânfora do jamais
Meu amor, não finja que não me quer
Solte o desejo que aflora
E que à sua cabeça devora
Dê-me seu beijo carmim-amora
Não se perca em via qualquer, mulher
Venha pronta para o que vier
E se der, não esqueça de mim
Miosótis afora no jardim
Blues sob o céu de alcaçuz
Flor de Lis entre rosas azuis
Ateu Poeta
05/12/2014
Não tenha medo de ser feliz
Hoje o mundo está por um triz
Amanhã já será tarde demais
Um mortal na ânfora do jamais
Meu amor, não finja que não me quer
Solte o desejo que aflora
E que à sua cabeça devora
Dê-me seu beijo carmim-amora
Não se perca em via qualquer, mulher
Venha pronta para o que vier
E se der, não esqueça de mim
Miosótis afora no jardim
Blues sob o céu de alcaçuz
Flor de Lis entre rosas azuis
Ateu Poeta
05/12/2014
15
SILÊNCIO A GRITAR
Quem se impõe pelo grito
Decompõe o tom de poder calar
Pois desconhece som e foz
Que não seja a própria voz
Aprende a ser atroz
Quando não pode ser astro
Estrelas somem atrás do Sol
Como atriz que brilha
Pelo estribilho de um triz
Entre três penas
Um blues de poemas perdidos
No infindo azul do céu
Cara carapaça de cachecol
Caracol de carroça ante carrocel
Ateu Poeta
01/12/2014
Quem se impõe pelo grito
Decompõe o tom de poder calar
Pois desconhece som e foz
Que não seja a própria voz
Aprende a ser atroz
Quando não pode ser astro
Estrelas somem atrás do Sol
Como atriz que brilha
Pelo estribilho de um triz
Entre três penas
Um blues de poemas perdidos
No infindo azul do céu
Cara carapaça de cachecol
Caracol de carroça ante carrocel
Ateu Poeta
01/12/2014
16
DEMÊNCIA
A sociedade precisa ser demente
Senão a mente trava na razão
Não haveria museu nem coleção
Se não fosse o T.O.C. e a própria compulsão
O trabalho jamais acabaria
Sem a imensa euforia bipolar
Num peito tão obsessivo
Com a incontrolável hipocondria de tratar
Assim como o terror da balaclava faz lutar
O pior pode despertar
Uma pseudo liberdade
Sem a qual a sanidade sumiria pelo ar
Ninguém se preveniria
Sem conhecer as mania de azar
Ateu Poeta
01/12/2014
A sociedade precisa ser demente
Senão a mente trava na razão
Não haveria museu nem coleção
Se não fosse o T.O.C. e a própria compulsão
O trabalho jamais acabaria
Sem a imensa euforia bipolar
Num peito tão obsessivo
Com a incontrolável hipocondria de tratar
Assim como o terror da balaclava faz lutar
O pior pode despertar
Uma pseudo liberdade
Sem a qual a sanidade sumiria pelo ar
Ninguém se preveniria
Sem conhecer as mania de azar
Ateu Poeta
01/12/2014
17
MARESIA MAGMÁTICA
A lava é leve e livre
Livro, lei
Eleva e destrói
Lobianco silvo de algoz
Vermelho e feroz
Num céu de Vulcano
Cinza mortalha estendida
Ceifa seiva, selva e lida
Comprida cadeia
Ânfora que aflora
Onde outrora foi mar
Violenta jactância
Que fecunda a terra com ardor
Sem a doce dor de amar
Ateu Poeta
01/12/2014
18
LIMBO
Não há limbo
No sistema límbico
Plano cartesiano do erro
Cartago e piano que aqui não está
No córtex frontal
Esconde-se a fonte
Da inexistente alma
Que afronta a razão
A própria mente é ilusão
Dos filamentos em êxtase
Raios neurais sem maestro
Sinapses naturais
Não há nada artesanal no ser humano
Mas, sempre caímos no engano de humanizar
Ateu Poeta
01/12/2014
19
OS SINOS DA INDECISÃO
O risco invalida a recompensa
Viver de aparências não é para mim
Onde vêem final enxergo começo
A sentença não toca um bom tamborim
Um para sempre sempre vira adeus
Aos olhos de Zeus outro deus é seu fim
Não há quintessência, só muito cinismo
Os sinos badalam pra levantar Caim
O deus-dará não dá nada a ninguém
Pra pouco vintém só vem promessa ruim
Quem se apressa demais perde o que tem
Sem olhar pra traz esquecerá de alguém
A indecisão joga tudo pro ar
As coisas do mundo não podem parar
Ateu Poeta
01/12/2014
O risco invalida a recompensa
Viver de aparências não é para mim
Onde vêem final enxergo começo
A sentença não toca um bom tamborim
Um para sempre sempre vira adeus
Aos olhos de Zeus outro deus é seu fim
Não há quintessência, só muito cinismo
Os sinos badalam pra levantar Caim
O deus-dará não dá nada a ninguém
Pra pouco vintém só vem promessa ruim
Quem se apressa demais perde o que tem
Sem olhar pra traz esquecerá de alguém
A indecisão joga tudo pro ar
As coisas do mundo não podem parar
Ateu Poeta
01/12/2014
20

GELO E CRISTAL
Meu coração é de cristal
E já se partiu
E já se quebrou
Não faz mais canções de amor
Quem já se feriu
E já se cansou
Tem razão de não querer nada igual
Pois a vida não é carnaval
Não uso máscara na ribalta
E não sigo ritual
Se não puder me dar companhia
"Não me tires a solidão"
Ela é mais sólida que o teu beijo
E teu tênue desejo sem direção
Ateu Poeta
01/12/2014
Meu coração é de cristal
E já se partiu
E já se quebrou
Não faz mais canções de amor
Quem já se feriu
E já se cansou
Tem razão de não querer nada igual
Pois a vida não é carnaval
Não uso máscara na ribalta
E não sigo ritual
Se não puder me dar companhia
"Não me tires a solidão"
Ela é mais sólida que o teu beijo
E teu tênue desejo sem direção
Ateu Poeta
01/12/2014
21
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FUNIL
Sou ser da bola azul oval
Que gira em elipse espiral
Nos confins do espaço sideral
Ao redor de uma vermelha massa de hidrogênio
Ligações de carbono e oxigênio
Todos os astros são planetas
E graças aos cometas
Foi que a vida surgiu
Não valorizamos o que temos
Tememos o que somos
Comemoramos as comédias que cometemos
Nós vivemos por um fio
A existência não é mais que um pavio
Essência e chama do funil
Ateu Poeta
01/12/2014
22
VENTO E VIDRO
Poesia verde da mata
Viço e vício que mata
De vez é vento veloz
Madura estrada feroz
Fere o âmago mais firme
Com fineza sublime
Deixa até cicatriz
Exala acidez
Viuvez da Matrix
Apodrece por um triz
De tristeza contida
Flui na luz da lua
Crua e nua é mulher
Ventre e vidro no caos
Ateu Poeta
29/11/2014
Poesia verde da mata
Viço e vício que mata
De vez é vento veloz
Madura estrada feroz
Fere o âmago mais firme
Com fineza sublime
Deixa até cicatriz
Exala acidez
Viuvez da Matrix
Apodrece por um triz
De tristeza contida
Flui na luz da lua
Crua e nua é mulher
Ventre e vidro no caos
Ateu Poeta
29/11/2014
23
ELANE
Elane, não me engane
E não me desengane
A sua perfeição fugaz
Vai explodir meu coração
E vem roubar a minha paz
De que adianta ser
Tão linda e não me ver
Nem me querer
E me deixar na solidão
À sombra da sua canção
Sobrevivendo de ilusão
Desejo e fascinação
Enlouquecendo de paixão
Perdido na multidão?
Ateu Poeta
17/11/2014
24
CÉREBRO POSITRÔNICO
Cérebro positrônico
Robô astronômico
Existe um medo tão real
De tudo que é eletrônico
Analógico e virtual
A inteligência artificial nos rege
Seja retrógrado ou herege
Nesse mundo digital
São tantos vírus cibernéticos
Epidemia global
A radiação mais cancerígena
Torna a vida mais nociva
Mas, também tecnológica
Conforto e lógica capital
Ateu Poeta
17/11/2014
Cérebro positrônico
Robô astronômico
Existe um medo tão real
De tudo que é eletrônico
Analógico e virtual
A inteligência artificial nos rege
Seja retrógrado ou herege
Nesse mundo digital
São tantos vírus cibernéticos
Epidemia global
A radiação mais cancerígena
Torna a vida mais nociva
Mas, também tecnológica
Conforto e lógica capital
Ateu Poeta
17/11/2014
25
PARLENDAS
O mau fazendo o bem é mais benquisto que o bom
Como se a bondade fosse dom
O tom dado por alguém
É complicado distinguir o que brilha
Do que refrata e translucida
Nenhuma farroupilha elucida
Nesses tempos de ilusão
Vivemos de escuridão e medo
Segredos, vivendas, parlendas
Mitos, mentiras e lendas
Não há diferença
Tantas sentenças ao contrário
Fundamentalismo arbitrário
Que não sabe ler nem contar
Ateu Poeta
15/11/2014
O mau fazendo o bem é mais benquisto que o bom
Como se a bondade fosse dom
O tom dado por alguém
É complicado distinguir o que brilha
Do que refrata e translucida
Nenhuma farroupilha elucida
Nesses tempos de ilusão
Vivemos de escuridão e medo
Segredos, vivendas, parlendas
Mitos, mentiras e lendas
Não há diferença
Tantas sentenças ao contrário
Fundamentalismo arbitrário
Que não sabe ler nem contar
Ateu Poeta
15/11/2014
26
PRELÚDIO
A música só é completa com poesia
Barítono, contralto, soprano, tenor, e alto
Adágio, andante passant, allegro con grazia e pianíssimo
Piano de cauda, violino, flauta transversal, contrafagote e oboé
Funk, tango, salsa, merengue e lambada
Forró, arrocha, maxixe, country e valsa
Kuduro, rebolation, frevo, street e capoeira
Samba, reggae, soul, rock e gafieira
Jazz, dança do ventre, indiana, cigana e tribal
Punk, perreo, balé, blues e mambo
Atabaque, agogô, viola, pandeiro e berimbau
Violão, pífano, sanfona, gaita e lira
Soneto, sonata, serenata, saudade e sinfonia
Orquestra, drama, trama, seresta, maestro e prima donna
Ateu Poeta
10/11/2014
A música só é completa com poesia
Barítono, contralto, soprano, tenor, e alto
Adágio, andante passant, allegro con grazia e pianíssimo
Piano de cauda, violino, flauta transversal, contrafagote e oboé
Funk, tango, salsa, merengue e lambada
Forró, arrocha, maxixe, country e valsa
Kuduro, rebolation, frevo, street e capoeira
Samba, reggae, soul, rock e gafieira
Jazz, dança do ventre, indiana, cigana e tribal
Punk, perreo, balé, blues e mambo
Atabaque, agogô, viola, pandeiro e berimbau
Violão, pífano, sanfona, gaita e lira
Soneto, sonata, serenata, saudade e sinfonia
Orquestra, drama, trama, seresta, maestro e prima donna
Ateu Poeta
10/11/2014
27
CORAÇÃO DE VELUDO
Seria o amor serena flor que desabrocha
Para o Sol se por ao meio-dia?
Uma paixão fria e perene
Náu à deriva
Bote sem leme
Barco sem vela
Corrente, algema e prisão
Canção, erudita na massa
Saudade que não passa
Eterna ilusão
Garoa que grita
Em um coração de veludo
Nudez, sobretudo
Medo, mundo e mudez?
Ateu Poeta
10/11/2014
Seria o amor serena flor que desabrocha
Para o Sol se por ao meio-dia?
Uma paixão fria e perene
Náu à deriva
Bote sem leme
Barco sem vela
Corrente, algema e prisão
Canção, erudita na massa
Saudade que não passa
Eterna ilusão
Garoa que grita
Em um coração de veludo
Nudez, sobretudo
Medo, mundo e mudez?
Ateu Poeta
10/11/2014
28
PAIXÃO SOLAR
O mundo é vazio sem o seu olhar
Não quero ser tão frio sem saber lutar
Sem você nada tem razão
Nenhuma ilusão pode consolar
Espelhos de sedução
São suas íris a brilhar
Mais bela que Ísis
Exerça o seu lugar
O meu coração só sabe cantar
A mesma canção
Sem refrão sob o luar
A fascinação vira paixão solar
Pegue a minha mão
Então, vamos dançar?
Ateu Poeta
07/11/2014
29
CÁLAMO DE CARMIM
Qualquer palavra é mais bonita
Proferida por uma bela voz
Calefação numa boca de carmim
De mulher vivaz veloz e decidida
Calafrio e faz calor
Teu seio tem sabor de arrebol
Em um mundo mais azul
Imerso em cada verso do sol
Foz de flor no vendaval
Plumas campari na tempestade
A poesia parte o silêncio na metade
e segue sem freio a cantar
Sempre fere novos papiros
Adere aos doces delírios de calados cálamos em Catar
Ateu Poeta
06/11/2014
Qualquer palavra é mais bonita
Proferida por uma bela voz
Calefação numa boca de carmim
De mulher vivaz veloz e decidida
Calafrio e faz calor
Teu seio tem sabor de arrebol
Em um mundo mais azul
Imerso em cada verso do sol
Foz de flor no vendaval
Plumas campari na tempestade
A poesia parte o silêncio na metade
e segue sem freio a cantar
Sempre fere novos papiros
Adere aos doces delírios de calados cálamos em Catar
Ateu Poeta
06/11/2014
30
BEIJO E BATOM
Beijo, boca, batom
Aquele tom de vaidade
Frenesi nos bares
Luzes e luas da cidade
Variedade de desejos
Prédios, perigos, diversão
Insanidade
Corpos requebrantes a bailar
E mais variantes
Sonhos, solidão, sopor
Sobra torpor
Sem supor sobriedade
Todos procuram felicidade
E guardam no bolso a saudade
Ateu Poeta
06/11/2014
31
SIAMÊS DE SILÍCIO
Sinapse, sinopse, sinos, sinais sine qua non
Incide inside, insight
Calíope, Calipso, Calixto
Dara, dera, Dira, dora, dura, dirá
Karen, querê-la, querela
Cara, cera, cira, cora, cura, será?
Tarso, terço, tirso, torso, toco torto toco, torço
Massa, messa, missa, mossa, Mussa, moça moca, macaco, Mococa
Márcia, Mércia, Mírcia, morsa,mercê, merci
Marco, março, maço, maçom
Dom, Doom, do, dawn
Two, tiu, til, to you
Síntese, sintaxe, sintático, sintético
O meu silêncio não é simples siamês de silício
Ateu Poeta
04/11/2014
Sinapse, sinopse, sinos, sinais sine qua non
Incide inside, insight
Calíope, Calipso, Calixto
Dara, dera, Dira, dora, dura, dirá
Karen, querê-la, querela
Cara, cera, cira, cora, cura, será?
Tarso, terço, tirso, torso, toco torto toco, torço
Massa, messa, missa, mossa, Mussa, moça moca, macaco, Mococa
Márcia, Mércia, Mírcia, morsa,mercê, merci
Marco, março, maço, maçom
Dom, Doom, do, dawn
Two, tiu, til, to you
Síntese, sintaxe, sintático, sintético
O meu silêncio não é simples siamês de silício
Ateu Poeta
04/11/2014
32
FLOR DO MEU MUNDO
Quero teu caos
Medos, anseios, segredos
Desejos, sorrisos e olhares
Vagar por todos os mares
Acordar cedo ao teu lado
Emplumando este sonho alado
Entrego aos teus cuidados
Todo o meu coração
Só não podes transformá-lo em brinquedo
Quero fazer do teu jogo canção
E do fogo paixão
Porque esta sede cresce feito cedro
Sobre um campo de paz, seda e veludo
Mais do que sede, és a flor do meu mundo
Ateu Poeta
31/10/2014
Quero teu caos
Medos, anseios, segredos
Desejos, sorrisos e olhares
Vagar por todos os mares
Acordar cedo ao teu lado
Emplumando este sonho alado
Entrego aos teus cuidados
Todo o meu coração
Só não podes transformá-lo em brinquedo
Quero fazer do teu jogo canção
E do fogo paixão
Porque esta sede cresce feito cedro
Sobre um campo de paz, seda e veludo
Mais do que sede, és a flor do meu mundo
Ateu Poeta
31/10/2014
33

MINHA ESTRELA GUIA
Você acelerou meu coração
Valeu a pena viver
Volte logo para mim
Pois, já chega de sofrer
Para que cultivar saudade
Vaidade de ilusão
Que vira insanidade
Nostalgia em ação?
Por isso peço, não vá
Venha correndo me ver
Por amor ou caridade
Para a felicidade florescer
Seja noite ou dia, apareça na multidão
Estrela guia que irradia minha fria solidão
Ateu Poeta
29/10/2014
34
LADY KATE
Não consegue entrar pra real society
Quer ser socialite
Mas não sabe o que é light
E nem o que é diet
É mantida por um senador
Contrata até um instrutor
Agora que saiu da rua
Segue a moda e tira onda de perua
O seu grande dom é mesmo rebolar
Vai na passarela que é hora de brilhar
Então, se vira e roda a bolsinha
Roda a baiana e ajeita a calcinha
"Força na peruca"
"Força na peruca"
Ateu Poeta
28/10/2014
35
CATRINE
O que é igual cansa até na cama
Miragem de maminoramas
Múltiplos mutantes, nenhum jasmim
Mil variantes de mim
O mundo não é virtuoso e virtual
Universo de hologramas da caverna digital
Vinte e duas gramas no sinal espectral
Paralaxe fractal de fliperamas
Desejo é o doce beijo do vazio
Num dia frio sonhando com o mar
Tiro de fuzil no estio
Promessa e pressa de poder amar
Catrine, nem tudo está na vitrine
Desafie o destino. Não desafine
Ateu Poeta
21/10/2014
O que é igual cansa até na cama
Miragem de maminoramas
Múltiplos mutantes, nenhum jasmim
Mil variantes de mim
O mundo não é virtuoso e virtual
Universo de hologramas da caverna digital
Vinte e duas gramas no sinal espectral
Paralaxe fractal de fliperamas
Desejo é o doce beijo do vazio
Num dia frio sonhando com o mar
Tiro de fuzil no estio
Promessa e pressa de poder amar
Catrine, nem tudo está na vitrine
Desafie o destino. Não desafine
Ateu Poeta
21/10/2014
36
O NÁUFRAGO
Somos todos náufragos
Sem sombra de lucidez
Que a cada mês
Vivem dois dias ou três
Não há fera aquática
Nessa jangada à deriva
A tática é pescar
E não pescar
A morte não é sorte, é vão
A felicidade é só paliativo
Para a esquecer a verdade
Vaidade é ilusão
Paixões que vem e vão
À beira do vulcão
Ateu Poeta
19/10/2014
Somos todos náufragos
Sem sombra de lucidez
Que a cada mês
Vivem dois dias ou três
Não há fera aquática
Nessa jangada à deriva
A tática é pescar
E não pescar
A morte não é sorte, é vão
A felicidade é só paliativo
Para a esquecer a verdade
Vaidade é ilusão
Paixões que vem e vão
À beira do vulcão
Ateu Poeta
19/10/2014
37
LIPOFOBIA
Vigorexia, ortorexia, anorexia sintomática
Matemática sistemática eremita
Angiografia, jejum, o estresse mata
Virgens que não comem nada, nem a nata
Gastronomia obesa
Mostre modos à mesa
o mito agora é profano e secular
Arritmia agorafóbica da agonia
O mal do mundo é anomalia
A Somália passa fome
Não pode desfrutar
Do fruto proibido que à libido está
Os pecados capitais já foram prazeres
Bem-vindo ao século da hipocondria bipolar
Ateu Poeta
13/10/2014
38
ARTE DE PRETO E DE BRANCO
Capoeira é de preto e de branco
É de tapuia e tupi
É de Pastinha e Bimba
De Ganga Zumba e Zumbi
Capoeira é do frevo o fervor
Maculelê, Maneiro pau
Mãe da dança de rua
Se o berimbau chamar eu vou
É de malandro carioca
Zé, Besouro e Saci
Hulk, Madame e Manduca
É de lá e daqui
Capoeira agora é mundial, ela é de todo mundo
É minha arte marcial e tenho orgulho profundo
Ateu Poeta
13/10/2014
39
BALÉ NO ARREBOL
Minha vida é um buquê de axiomas
Com intrigas e aromas de porquê
Não me conforta qualquer razão
O próprio paradoxo paira em contramão
O novo é tão ortodoxo quanto a imensidão da dúvida
E só cai feito luva onde não há mão
Que me importa criar panteão
Se não consigo achar a porta do teu coração?
Teus lábios, labaredas, labirintos
Se forem sábios corintos a me acolher
Tanto faz se há colher em tua Matrix
E quais flores resolvas colher
Seremos simbiose de lirismo ao sol
Sonata e balé no arrebol
Ateu Poeta
13/10/2014
40
SONATA DE ILUSÕES
A vida não é uma trilogia franquiada
Escrita por Moros, Caos, Nix e mazelas
Controlada pela tesoura e linha das moiras
Lida pelo olho de Hórus em aquarela
Mas, mero molho misturado sem hespérides
Sopa elemental de hidrogênio sem Idun
Ligações carbônicas sem deus algum
Inequações astronômicas sem quimeras
Caverna sem Platão, fogo ou maçã
Taberna sem Ditirambos
Revés de funk em tango
Bela sonata de ilusões
Aprimorada e destruída pelo oxigênio
Sem nenhum gênio ceifador
Ateu Poeta
08/10/2014